Três dicas rápidas com o tema cinema

Estamos perto de dois grandes eventos, Carnaval (17/2) e Oscar (22/2). Festa, filmes e feriado. Juntei tudo num tema só, com dicas que servem para quem curte um sossego gostoso ou para quem quer sair bonito no bloco. O cinema é o elo.

Um filme sobre um filme (e sobre teatro também)

Sentei no escurinho do cinema sem saber quem era o diretor do filme que ia ver. Só soube o nome quando os créditos subiram. Poucas vezes isso aconteceu. Sou jornalista e o mundo a minha volta acaba não deixando que eu tenha momentos de (doce) ignorância como esse. Sim, por que acho bom ser surpreendida pelo que vem pela frente. Detesto spoilers, num nível que às vezes olho para baixo em trailers (sou louca?).

Bom, digo isso, pois o responsável pela direção de Birdman (2014) é um sujeito tarimbado. Não vou falar quem ele é nem quais foram seus trabalhos anteriores, mas, vocês, amigos meus, pelo menos a maioria, já devem saber. Só digo que são muito diferentes desse. E muito bons. Mas, esse é melhor.

Me apaixonei por tudo. A trilha sonora, que é uma bateria apenas, tocando no ritmo tenso da movimentação do protagonista, é original e perfeita. Me apeguei na batida, pois uns dias antes vi Whiplash (2014), também dessa safra do Oscar, e to curtindo uma batera. Os vários planos-sequência, a montagem, a fotografia, a direção de elenco, tudo é bom. Sobre o time de atores, só sabia da presença de Michael Keaton, no papel principal, e de Emma Stone. E aí ~uau~ temos também uma versão pós-dieta de Zach Galifianakis, o gordinho de Se Beber não Case (2009), que continua brilhante mesmo sem os quilos a mais, Naomi Watts, impecável e tão musa quanto Emma, e Edward Norton, que há algum tempo não nos presenteava com uma atuação nível Clube da Luta (1999). Aliás, ele e Keaton concorrem ao Oscar nas categorias de ator e Emma na de atriz coadjuvante. O filme foi indicado a nove estatuetas ao todo.

Da história, só vou contar que é sobre um ator que fazia um personagem dos quadrinhos, o tal Birdman, em Hollywood. Anos depois da fama alcançada com o blockbuster, ele decide montar uma peça de teatro na Broadway. Nós então, acompanhamos seus dias de ansiedade antes da estreia. É claro que tem muito mais, contudo, quero que você se surpreenda tanto quanto eu.

Michael Keaton e Edward Norton “revivendo” Clube da Luta
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Fiquei vidrada no figurino da Emma Stone. Não tem nada de mais, só que é todo preto, chumbo e roxo, bem escuro, deixa a pele dela pálida, acinzentada, para combinar com o contexto da personagem. É de propósito, claro. Eu estou estudando essas paradas de estilo e reparei. Cores são importantes na vestimenta. E muito bem trabalhadas no cinema. Em 500 Dias com Ela (2009), o diretor pediu para pesarem a mão no azul do figurino da Zooey Deschanel com o intuito de destacar seus olhos. Isso sem falar na filmografia toda do Wes Anderson. Segurem essas infos, no momento apropriado volto no assunto aqui 😉

Adereços que parecem tirados de um filme (ótimos para o carnaval)

Sou uma pessoa bastante urbana, acho. E prática. Mas, dizem que com a idade a gente vai se soltando, né? Bom, estou cada vez mais com vontade de me montar a.k.a enfeitar. Quando vi o perfil do Instagram da Can Can Acessórios achei tudo tão lindo que precisei conferir ao vivo.

Fui até o ateliê em Pinheiros e conheci a Fernanda Guimarães, designer responsável pela marca, que existe há seis anos e está com ateliê próprio em São Paulo há dois. Os adereços de carnaval são uma belezura e vão enfeitar as cabeças de bonitas no Balie da Vogue, do Copa e dos blocos mais animados de São Paulo, Rio, Minas e Brasil afora.

São cocares, tiaras com arranjos de fruta para fazer a Carmem Miranda, penas de melindrosa, cartolas de colombina… Fernanda veio da equipe de estilo da Fábula, marca infantil da Farm, então a pegada lúdica e a vocação para adornar as mulheres estão explicadas 😉 No Blog da Can Can, dá para ver as inspirações, modos de usar, novidades, vale a visita! Ah, e os hipster moços mais livres de espírito podem aderir à montação, tem fotos boas lá para ajudar no look.
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A marca também tem linhas regulares de acessórios para usar em qualquer ocasião, como colares, coroas de flores, chapéus e pentes de cabelos (meus preferidos). Em março, deve chegar a coleção de noivas.

Além do ateliê, a Can Can tem e-commerce. Nesse sábado (7/2/15), o espaço, que fica na João Moura, 498, casa 2, em Pinheiros, São Paulo, vai realizar um “auezinho”com descontos progressivos, música, chup-chups (sacolés, gelinhos, escolha sua nomenclatura hahaha), maquiagem, entre outros agradinhos.

Um livro de receitas de filmes (e de séries também)

Cozinhar e comer, duas coisas tão trivais, tão necessárias a nossa sobrevivência, que hoje ganharam uma aura de glamour, de fetiche. Quando posto foto de comida no Instagram é um engajamento tão alto, só perde para cerveja! (Por que será? ;)) Bom, acho que fetiche alimentício sempre existiu né? Uma questão socioantropológica que talvez a autora desse livro possa me responder. Já o glamour, eu acho que é um fenômeno atual.

E se o mundo gourmet se unir ao dos filmes e séries, assunto explosivo e passional, que gera até briga entre amigos (falei da questão de spoliers dois posts acima, então, nego se mata) o que pode acontecer? O que acontece, é altamente incrível. Um livro com as 100 melhores cenas gastronômicas de filmes e séries de TV, com receitas testadas e aprovadas por uma chef. Textos gostosos, dicas fáceis e ilustrações lindas.

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Cozinha Pop nos faz lembrar, rir e até falar sozinho a cada página. E também nos faz salivar. E nos tira por um, ou vários, momentos da vida online. Nos dá vontade de cozinhar, de apenas cortar uma cebola com o boy ou com as amigas, tomando uma taça de vinho. Saborear uma boa comidinha e depois ir atrás daquele filme que ainda não vimos, mencionado no livro. E, por fim, curtir a página lá no Feice  e dar sugestões para o volume dois. – duvido que não vai surgir alguma. Ah, e se você for instagramer, tudo bem tirar foto do prato preparado com uma receita do livro, só não esquece as hashtags #cozinhapop #ninguemperguntou 😉

Fotos Birdman: Fox Searchlight/divulgação

As drags do RuPaul no centro da moda

Drag já não é mais tendência, é moda. Quatro rainhas saídas do RuPaul’s Drag Race (se não sabe ainda o que é isso, eu contei aqui) estampam camisetas de marcas mainstream descoladíssimas e eu já estou dando um jeito de contrabandear encomendar as minhas.

A primeira leva é da American Apparel, que convocou logo um trio: Willam, Alaska 500 e Courtney Act. Veja o vídeo de divulgação da collab e morra comigo:

A linha tem várias peças no estilo nightclubbing – como leggings, bodys, meias – mas, o que cobicei mesmo foram as camisetas.

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O segundo lançamento fashion é do Marc Jacobs, que não perde tempo jamais e fez uma t-shirt com estampa do Milk, participante meio circense da sexta temporada. A peça é de uma linha beneficente, em prol do câncer de pele, que já vendeu milhares de camisetas com a frase “protect the skin you are in” sobre a foto de alguma celebridade nua. Dessa vez a série, que já estampou Mrs. Beckham e Miley Cyrus, tem como estrela a drag queen, acompanhada de uma mensagem mais ousadinha. Toda a renda das vendas será doada para o NYU Skin Cancer Institute. Acho chique.

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Ambas marcas vendem online. A American Apparel entrega no Brasil, apesar disso, tentarei descobrir se a linha das queens chega nas lojas daqui também e colocarei um update.

Já a Marc Jabobs, não entrega em terra brasilis, fuen 🙁 Mas, de repente, rola de mandar para a casa de um amigo que mora nos EUA…

*As fotos são de divulgação das marcas

RuPaul’s Drag Race

“When you become the image of your own imagination, it’s the most powerful thing you could ever do”, RuPaul

Eu simplesmente agarrei um amor nesse reality show que nem sei dizer. Minha amada amiga Márcia me falou umas 37 vezes para começar a assistir, na 38a eu resolvi dar ouvidos e fiquei viciada. Vi seis temporadas alucinadamente.

Bom, o RuPaul’s Drag Race é uma competição para eleger a drag queen superstar dos Estados Unidos do ano em questão. Tipo America’s Next Top Model, só que elevado a enésima potencia de mais legal. É comandado por RuPaul, drag queen que ficou mundialmente famosa nos anos 90, com uma música que emplacou, chamada Supermodel. Hoje, acho que Mama Ru é mais conhecida por ter sido a garota-propaganda da Viva GLAM, uma linha de batons da MAC, marca de maquiagens babado.

rupaul

Parece muita purpurina para um único show… e é. Mas, não se acanhe. Além de ser divertidíssimo, educa, emociona e incentiva. E sobretudo inspira. Quem assiste entende o que estou falando. Como não sei bem como desenvolver um texto analisando um programa tão peculiar, vou fazer tipo o BuzzFeed e elencar as razões pelas quais você tem que começar logo a assisti-lo, sem order, nem critério, nem número redondo. Depois eu conto quantas deram e coloco no título:

1. Ver RuPaul desfilar vestidos maravilhosos que fazem sombra em Tyra e Heidi.
2. Babar com as produções das drags. São absurdamente fantásticas.

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3. Melhorar a autoestima com as pílulas de sabedoria que Ru solta a cada episódio, como por exemplo: “Olhe para mim: sou um velho  grande, embaixo de muita maquiagem. Se eu posso ficar linda, você também pode”
4. Saber como esconder os documentos quando decidir usar um biquini
5. Rir de verdade com as avaliações dos jurados quando as queens se apresentam na passarela. E isso vale muita coisa depois de um dia de trabalho na frente da telinha, dizae
6. E ganhar um bônus de humor com os jurados convidados para cada programa
7. Voltar à infância com as apresentações de fantoches. Não, pera.
8. Descobrir o que significa shade
9. Conhecer a RAJA (ficou curioso?)
10. Conhecer a Latrice Royale
11. Se apaixonar pela Adore

adore im fuk cool
12. Ver a Khloe Kardashian desabafar sobre as agruras de ter uma pomba gordinha :/
13. Chorar litros com as histórias de rejeição e homofobia contadas pelos participantes
14. Chorar litros com os reencontros familiares, as amizades reatadas e os noivados proporcionados pelo programa
15. Ter vontade de fazer lip sync todo dia no chuveiro (ou na rua, no busão, no Pão de Açúcar enquanto escolhe tomates)
16. Amar ainda mais a Cher, a Madonna, a Diana e a Gaga
17. Conversar depois com os amigos no bar – ou no Whatsapp, escolha seu meio – sobre suas drags favoritas, quais não deveriam ter sido eliminadas etc
18. Ficar louco para baixar RuPaul’s Drag Race Allstars, uma edição especial do programa, que contou com participantes de várias temporadas, reunindo um time de elite
19. Aprender truques de maquiagem infalíveis, como afinar o nariz e até aumentar o volume dos seios com sombra marrom (!)

nina make
20. Deixar de se vestir e começar a se montar
21. Aprender que não se deve vestir um corset depois de ter comido muito
22. Incluir no seu vocabulário as seguintes expressões: Loca!; Can I get an amen?; Halelu e Heiii
23. Aprender de uma vez por todas que leitura é FUNDAMENTAL.

Se eu te convenci, tá facinho: todas as temporadas estão no Netflix. E corre para entrar na tendência, pois as drags vão dominar geral, como cantou a bola minha querida Márcia. Elas estão na novela, em matéria em revista de moda, teve a Conchita Wurst ganhando o Eurovision 2014… e não, não é só mulher e gay que vê o programa não.

*Todas as fotos do post são de divulgação da Logo TV e RuPaul’s Drag Race Facebook