As drags do RuPaul no centro da moda

Drag já não é mais tendência, é moda. Quatro rainhas saídas do RuPaul’s Drag Race (se não sabe ainda o que é isso, eu contei aqui) estampam camisetas de marcas mainstream descoladíssimas e eu já estou dando um jeito de contrabandear encomendar as minhas.

A primeira leva é da American Apparel, que convocou logo um trio: Willam, Alaska 500 e Courtney Act. Veja o vídeo de divulgação da collab e morra comigo:

A linha tem várias peças no estilo nightclubbing – como leggings, bodys, meias – mas, o que cobicei mesmo foram as camisetas.

alaska-drag-race-american-apparel

COURTNEY ACT_T_MOCK

WILLAM_T_MOCK

O segundo lançamento fashion é do Marc Jacobs, que não perde tempo jamais e fez uma t-shirt com estampa do Milk, participante meio circense da sexta temporada. A peça é de uma linha beneficente, em prol do câncer de pele, que já vendeu milhares de camisetas com a frase “protect the skin you are in” sobre a foto de alguma celebridade nua. Dessa vez a série, que já estampou Mrs. Beckham e Miley Cyrus, tem como estrela a drag queen, acompanhada de uma mensagem mais ousadinha. Toda a renda das vendas será doada para o NYU Skin Cancer Institute. Acho chique.

milk MJ

Ambas marcas vendem online. A American Apparel entrega no Brasil, apesar disso, tentarei descobrir se a linha das queens chega nas lojas daqui também e colocarei um update.

Já a Marc Jabobs, não entrega em terra brasilis, fuen 🙁 Mas, de repente, rola de mandar para a casa de um amigo que mora nos EUA…

*As fotos são de divulgação das marcas

Pamela Anderson superfashion

Quem não se lembra da loiraça de proporções avantajadas da série Baywatch, ou SOS Malibu no Brasil, que salvava os afogados e engasgava os telespectadores?

Famosa pelo desempenho televisivo assim como sextapístico, ela foi símbolo de muita coisa, mas ícone de moda não. Bom, isso até setembro de 2014, pois duas publicações decidiram estampa-la em editoriais classudos. Uma delas nada mais do que a CR Fashion, revista de Carine Roitfeld, ex-editora-chefe da Vogue francesa, uma das mais respeitáveis e reverenciáveis jornalistas de moda atualmente.

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A outra é uma revista modernete da Califórnia, que eu nunca tinha ouvido falar, chamada NoTofu, que parece muito bacaninha. Desta, a loira também é capa. Irreconhecível, né?
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Vale ainda dizer que a CR Fashion traz outros ícones pop americanos nesta edição, como a diva Beyoncé, a baby celebrity North West (filha de Kanye West e Kim Kardashian) e a vencedora do Eurovision 2014 Conchita Wurst (falei que as drags/trans são tendência). Acho que esse holofote dado por uma revista de nicho sobre o maisntream está relacionado ao Normcore, movimento sócio-cultural que coloca o “normal’ como a nova tendência, que por sua vez é alimentado pela volta dos anos 90 e pelo cansaço da “busca pelo novo” e do excesso de informações atual. Mais fácil, mais divertido e mais garantido investir nosso tempo e nosso prazer naquilo que já é consagrado, naquilo que é acessível. Pretendo discorrer sobre o assunto em outra oportunidade, quando tiver pesquisado mais a fundo.

As revistas podem ser vistas em suas versões online aqui e aqui, sendo que a CR Fashion vai soltando teasers aos poucos, até que sua quinta edição saia, em meados de setembro (a publicação é bianual).

*Fotos: NoTofu Magazine, Zoey Grossman/ CR Fashion, Johnny Dufort

Colete oversized

Uma tendencinha que vai pegar em breve: colete oversized, usado sobre roupas leves, como vestidinhos, ou sem nada por baixo.

Se a Olivia Palermo apareceu com um, pode acreditar. Quando chegar a primavera e esquentar um pouco mais, vai ser hora de encontrar o seu 😉

 

colete preto

*Fotos do site WhoWhatWear

Emmys 2014 – quem arrasou no red carpet

 

“People will stare. Make it worth their while”, Harry Winston

Nessa segundona (25/08), celebrou-se a grande festa da TV norte-americana e eu, assim como todas azamigue que gostam de moda, série e afins, e os azamigo também, ficaram gurdadinhos na transmissão dos Emmy Awards 2014, diretamente de Los Angeles. À parte dos prêmios concedidos (Jim Parsons again, really?) e da glorificação da trinca de protagonistas de Breaking Bad (muito amor, muitas sdds), o que mais me interessou foram os vestidos. No red carpet. E olha que estava meio boring. Mas, sempre há exceções e uma delas foi ver as inmates atrizes de Orange is The New Black todas na estica 🙂

Então, vamos às minhas preferidas:

1. Yael Stone aka Lorna Morello e Lea Delaria aka Big Boo – Orange is the New Black

Yael usou um Balmain e mesmo deixando o maravilhoso batom vermelho de lado, tombou geral e foi minha preferida. Julia Roberts who? E a Big foi de terninho ótimo, ornando bem com a musa do lado :p

Yael Stone and Lea Delaria

 

2. Gwen Stefani, que estava bela mas não parecia a Gwen Stefani (vejam só como a sobrancelha pode transformar uma pessoa).

O vestido era Versace, belíssimo, todo revestido de Swarovski, que pesava toneladas, segundo a própria.

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3. January Jones aka Betty Drapper – Mad Men

Sempre na turma das ousadinhas do red carpet, a atriz foi de vermelho, a cor dos Emmys este ano. O modelo escolhido foi um Prabal Gurung Resort.

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4. E depois da mamãe, a filhinha – Mad Men

Sally lindinha em um Antonio Berardi. Descobri também que é o time da stylist Rachel Zoe que veste a atriz mirim Kiernan Shipka, que tem se mostrado um iconezinho de estilo. Fofa.

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5. E mais um vermelho, dessa vez na Claire Danes –Homeland

Nunca antes na história desse país tinha ela tinha ficado entre as minhas preferidas. Mas, para tudo nessa vida tem uma primeira vez. O longo é Givenchy, acho chique.

*Update: o modelo é quase igual a um usado por Kim Kardashian em seu casamento! Fotos aqui no site  da revista L’Officiel, de onde tirei a info.

emmys-2014-claire-danes- Givenchy

 

6. Robin Wright aka Claire Underwood – House of Cards

48 anos de mulher sambando na nossa cara. Frente e VERSO. De Ralph Lauren. Não ganhou um Emmy mas já tem um Golden Globe na estante, tá?

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7. Kate Mara aka Zoe que botou os cornos na Claire Underwood e não se deu bem – House of Cards

Assim como a January, também acho ela ousadinha. O vestido todo vaporoso e recortado é J. Mendel.

emmys-2014-kate-mara

 

8. Crazy Eyes  <3 <3 – Orange is the New Black

A atriz Uzo Aduba parecia outra pessoa nesse vestido vermelho com uma cauda estilo lagarto, do estilista norte-americano Christian Siriano, nome que a partir de agora prestarei mais atenção. O moço, aliás, jogou uma bela duma sombra em cima da Lena Dunham e seu styling desastroso neste red carpet. Vejam aqui.

Uzo Aduba

 

9. Pablo Schreiber aka Mendez – Orange is the New Black

Sem o bigode, servindo meiguice. Because I would.

Pablo Schreiber

 

10. O dez é um disclaimer: a cartela de cores, branco, cinza, coral e vermelho não foi uma escolha minha. A maioria das moças foi que investiu nesses tons na premiação mesmo. Então é isso, tão sabendo o que pega.

In My Shoes – a criação da marca Jimmy Choo

“It’s really hard to walk in a single woman’s shoes — that’s why you sometimes need really special shoes!” Carrie Bradshaw

Jimmy Choo é um dos designers de sapatos mais famosos de todos os tempos. Nos pezinhos de Carrie Bradshaw, a íconica personagem de Sarah Jessica Parker na série Sex and the City, seu nome virou sonho de consumo de milhões de mulheres. O cara deve ser realmente uma baita designer mesmo, certo? ERRADO.

Pois é, amiga. Jimmy era um sapateiro muito bom, sim. Ele fazia pares sob medida para as socialites inglesas e, sabendo disso, a editora de acessórios da Vogue Britânica passou a encomendar peças para os editoriais quando tinha ideias mirabolantes, como plataformas de cetim pink, que não achava em loja nenhuma. Essa moça, porém, foi demitida e, diante desse revés da vida, teve a brilhante ideia de abrir um negócio com o tiozinho sapateiro, um imigrante malásio, avesso à publicidade, ao mundo da moda e aparentemente mal-humorado. Apegado aos velhos moldes de sapatos de senhoras e pouco disponível para o circo fashion, deixou espaço para que a sócia assumisse de fato a criação e alavancasse a marca. Foi aí que começou uma das histórias mais incríveis dessa indústria, cheia de intrigas, reviravoltas e glamour.

Tudo isso virou livro, In My Shoes (Companhia Editora Nacional),  escrito pela cofundadora da Jimmy Choo, a ex-editora da Vogue, Tamara Mellon, em parceria com um jornalista. Então, claro que é super parcial. Mas, não deixa de ser uma visão muito interessante e, pelo que andei pesquisando sobre os fatos por aí, realista.

A história nos leva para dentro do mundo da moda e, além disso, dos negócios ferozmente articulados nos altos escalões do mercado financeiro. Eu, que já passei muitos anos cobrindo e depois assessorando clientes dessa área, devo admitir que adorei as passagens que narravam reuniões de conselho e transações de private equity (acho chique entender de finanças hahaha).

in my shoes

A prosa é muito bem feita e a tradução também. Tamara é uma personagem e tanto: bela, rica, namorou o Christian Slater, é amiga de vários famosos e foi condecorada pela rainha da Inglaterra. Vale ressaltar que os bastidores do mundinho estão ali tanto quanto as tramóias nos negócios, por isso, não se assuste, a leitura vai ser divertida. E o livro traz muitas informações sobre a cena nas últimas duas décadas, daquele tipo que agrega muito e te faz parecer uma insider em qualquer conversinha em corredor de semana de moda (ui). Brincadeiras à parte, é uma delícia para quem gosta do assunto 😉

tamara-mellon

E como ninguém pergunta mas eu falo mesmo, fica aqui mais uma diquinha: Do Tornozelo Para Baixo (Rachelle Bergstein, editora Casa da Palavra). O livro conta a história do sapato, como se relacionou com a posição da mulher na sociedade ao longo dos tempos, passando pela moda, claro, pelo cinema e pela cultura como um todo. Muito bem apurado e escrito, extremamente interessante até mesmo para quem não gosta muito desse papo das modas.