Berlim, a cidade mais legal da Europa

“I can remember standing, by the wall
And the guns shot above our heads
And we kissed as though nothing could fall
And the shame was on the other side
Oh we can beat them, for ever and ever
Then we could be Heroes, just for one day”
David Bowie, Heroes

Ai, Camila, mas que título besta. É gente, só que é isso mesmo e eu quero ir direto ao ponto. Tem cidades que são lindas, outras charmosas, outras históricas… sei lá… e Berlim é tudo isso. É cosmopolita e moderna, mas despretensiosa. Tudo é bacana. Tudo te agrada. Eu escolhi ser direta e simples (e também quebrei a cabeça, mas não achei outra coisa para definir sem ser brega).

Então, vamos lá, em vez de me estender em um texto tentando explicar o quanto incrível e atraente essa cidade é, eu te convido a ler os próximos posts e aproveitar as dicas que reuni, quem sabe assim um pouco da impressão maravilhosa que eu tive possa ser transmitida. Espero que sejam realmente úteis aos meus três leitores – cof, cof.

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Brandenburg Gate

Para começar, darei as dicas práticas. Isto porque, sim, já fui perguntada sobre elas (yay!). Além disso, acho que se alguém chegou até aqui, deve estar arrumando as malas, quer montar um roteiro, saber onde ficar, onde e como ir. Depois, vou falar do que interessa: baladas. Afinal, Berlim é a cidade do nightclubbing. Emendarei com mais coisitas sobre a viagem e irei linkando os posts aqui.

Bom, onde ficar:

Eu já me hospedei no albergue Wombats, considerado pelos usuários do Hostel.com um dos melhores do mundo, em um quarto de seis meninas e foi mesmo muito bom. Um conselho: reserve sempre direto com o estabelecimento, que fica mais barato. Sites como o Hostel ou o Booking podem ser boas referências para ver ratings e avaliações, mas eles cobram taxas a mais 😉

O albergue é superlimpo, novo, tem quartos com banheiro dentro, lockers no quarto, tudo organizado, café da manhã gostoso, um bar anexo, wifi, computadores, lavanderia, bikes para alugar. Os preços já não sei, pois fiquei lá em uma outra vez, em 2010. Mas, eram valores bem amigos (alô, Galvão).

Fica pertinho da Alexanderplatz, a Praça da Sé deles, de onde saem trens e metrôs com várias interligações, e também onde tem lojas como Primark, cinemas, farmácias, supermercados, um montão de coisas. Dá para chegar lá a pé. Do lado do Wombats, também tem uma avenida onde dá para pegar ônibus para os aeroportos e para outros pontos de turismo. Você já viu a Alex (tô íntima da praça) em filmes como A Identidade Bourne e Praia do Futuro.

Além disso, o bairro é bem moderninho, cheio de lojas e restaurantes legais. Lojas tipo MAC PRO, Khiels e Urban Outifitters, tá meu bem??? Nessa vizinhança, perto da saída do metrô Weinmeisterßtrasse, também tem uma loja de Absinto, a Absinthdepot Berlin, de morrer…

Aqui, no quesito onde ficar, já dei duas dicas, de onde turistar, Alexanderplatz, e de onde fazer compras, as ruazinhas perto do Wombats (ruas Rosenthalerstraße e Weinmeistersstraße).

Como se locomover:

Berlim é grande, então metrô e ônibus são necessários. Lá, além do metrô como conhecemos, tem o tram, que é uma espécie de bonde moderno. Você pode comprar apenas um passe que vale para todos. Compre o de quatro bilhetes, assim você paga com um descontinho. É preciso validar antes de cada viagem. Seja no metrô, tram ou ônibus, haverá uma máquina para você enfiar o bilhete e carimbar o horário. Sempre faça isso no primeiro meio de transporte que pegar, pois frequentemente sobem fiscais nos vagões para verificar os bilhetes dos passageiros. Se o seu não estiver carimbado, é multa na certa. Com o mesmo passe, você pode tomar diversas conduções no período de duas horas. Mas, algumas distâncias são tranquilamente possíveis de ser feitas a pé. Tenha um (Google) mapa à mão e pronto.

Ah, rola alugar bicicleta. Porém, eu não passei por essa experiência… se descobrir algo efetivo sobre isso, coloco um update aqui.

Por onde turistar:

Eu recomendo fazer os walking tours. O que é isso? É um rolê turístico andando hahaha. Tem diversos circuitos e são gratuitos, mas é altamente recomendável dar uma gorjeta no final para o guia. Eu fiz dois, um que era o original e outro que era o alternativo. Eu acho que vale muito a pena por que você vai no chão, próximo às coisas, ouvindo as explicações do guia, em uma cidade CHEIA de história, com locais em que muitas vezes os fatos se sobrepõem. Me explico: há, por exemplo, prédios que foram ocupados pelos nazistas e posteriormente pelos comunistas, tornando-se assim marcos de dois momentos da história de Berlim. Além disso, o tour te ajuda a se localizar para depois andar sozinho. Sobre o walking tour original: sai do Brandenburg Gate e cobre os principais pontos históricos. Já o alternativo, sai da East Side Gallery, que é uma parte do muro de Berlim pintada por grafiteiros do mundo inteiro (imperdível, a foto de destaque do post é de lá) e te leva para ver mais arte de rua e lugares ocupados por artistas (chamados de squats). Para dar uma ideia, vemos nesse tour grafites de Sean Shepard, autor daquele retrato azul e vermelho do Obama para sua campanha eleitoral, e do famigerado Banksy. Os passeios têm guias em inglês, alemão e espanhol. Para mais informações clique aqui.

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Estêncil atribuído a Sean Sephard, feito na lateral de um dos squats mais famosos de Berlim, o prédio Tacheles. No bairro judeu (Oranienburger Straße), era uma antiga loja de departamentos, foi tomado por artistas, que montaram nele seus ateliês. Há pouquíssimo tempo, foi fechado pela prefeitura, infelizmente.

Sobre museus:

Berlim tem uma ilha deles. Bom, não é exatamente uma ilha, é uma praça que tem esse nome e uma porrada de museus. Entre eles, recomendo o Neues Museum,  o museu egípcio onde fica o busto da rainha Nefertiti. Segundo os historiadores, é uma das peças mais importantes da antiguidade. Mas a visita vale se você se interessar por coisas raras da arqueologia. Se não, siga para as próximas dicas.

Museu do holocausto: fica abaixo do Memorial do Holocausto, que não é na ilha. Depois de andar no memorial, um conjunto de 2500 peças de concreto que formam um jardim de lápides duras e silenciosas, vá ao museu, que está no subsolo, para se aprofundar na história sombria do holocausto. É tenso, mas vale muito a pena.

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Memorial do Holocausto

Museu do Judaísmo: vale pelo mesmo motivo , por contar toda a história dos judeus desde a antiguidade e também por sua bela arquitetura. O arquiteto, Daniel Libeskind, é também autor do Memorial do Holocausto.

E agora, o programa mais divertido de todos: Mauerpark (Gleimstraße 55, 10437), aos domingos. Todo europeu vai aos parques no fim de semana. E em Berlim não é diferente. Aqui você vai encontrar um mercado de pulgas muito bom, uma feirinha de comidas e… um karaokê ao ar livre, com plateia gigante e animada. A galera aplaude e canta junto, mesmo com os desafinados. É muito… legal! E como um parque não basta, tem outro que é mara, o Templehof,  que era o aeroporto do Hitler! As instalações e a pista de pouso foram mantidas. Aliás, essa é uma característica de toda a capital alemã, os lugares antigos são preservados, contudo, com novos usos. Hoje o pessoal anda de bicicleta e skate onde antes os aviões taxeavam e, às vezes, rolam uns festivais de música lá, quem sabe você dá sorte e vê um?

karaoke

 Plateia do karaokê no Mauerpark 

Como se comunicar: muita gente fala inglês em Berlim, apesar de não ser um idioma superdifundido, eu me virei bem, uma vez que não falo uma palavra de alemão. Como tem muitos estrangeiros morando lá, não é raro encontrar alguém que fale francês ou espanhol, então se você for como eu, não se preocupe.

Segurança: Você pode circular de boa por toda a cidade, em qualquer horário, até sozinho. Quando há eventos nas ruas, tem policiamento não-armado e é tudo civilizado – eu passei o 1 de maio lá, quando rolam shows por toda a cidade, para todos estilos e gostos, é uma boa data para estar em Berlim 🙂 . Mas, furtos (roubos de subtração que você nem percebe, para deixar BEM claro) podem acontecer e acontecem e eu posso testemunhar, infelizmente. Não só em Berlim, mas também na Espanha, Portugal, França… presenciei e sei de vários casos. Por isso, não dê bobeira com bolsas, carteiras, celulares, câmeras e ande com uma cópia do passaporte, deixe o verdadeiro guardado. Essas dicas valem para qualquer destino na Europa, acredito eu.

A cidade tem muito mais coisas turísticas para fazer, mas esses são os meus destaques.

Se tiver mais alguma dúvida ou pergunta, coloca aqui nos comentários ou me manda um email 😉

UPDATE: Saiba quais são as melhores baladas de Berlim clicando aqui e post com um roteiro cervejeiro na cidade, clicando aqui!

Pamela Anderson superfashion

Quem não se lembra da loiraça de proporções avantajadas da série Baywatch, ou SOS Malibu no Brasil, que salvava os afogados e engasgava os telespectadores?

Famosa pelo desempenho televisivo assim como sextapístico, ela foi símbolo de muita coisa, mas ícone de moda não. Bom, isso até setembro de 2014, pois duas publicações decidiram estampa-la em editoriais classudos. Uma delas nada mais do que a CR Fashion, revista de Carine Roitfeld, ex-editora-chefe da Vogue francesa, uma das mais respeitáveis e reverenciáveis jornalistas de moda atualmente.

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A outra é uma revista modernete da Califórnia, que eu nunca tinha ouvido falar, chamada NoTofu, que parece muito bacaninha. Desta, a loira também é capa. Irreconhecível, né?
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Vale ainda dizer que a CR Fashion traz outros ícones pop americanos nesta edição, como a diva Beyoncé, a baby celebrity North West (filha de Kanye West e Kim Kardashian) e a vencedora do Eurovision 2014 Conchita Wurst (falei que as drags/trans são tendência). Acho que esse holofote dado por uma revista de nicho sobre o maisntream está relacionado ao Normcore, movimento sócio-cultural que coloca o “normal’ como a nova tendência, que por sua vez é alimentado pela volta dos anos 90 e pelo cansaço da “busca pelo novo” e do excesso de informações atual. Mais fácil, mais divertido e mais garantido investir nosso tempo e nosso prazer naquilo que já é consagrado, naquilo que é acessível. Pretendo discorrer sobre o assunto em outra oportunidade, quando tiver pesquisado mais a fundo.

As revistas podem ser vistas em suas versões online aqui e aqui, sendo que a CR Fashion vai soltando teasers aos poucos, até que sua quinta edição saia, em meados de setembro (a publicação é bianual).

*Fotos: NoTofu Magazine, Zoey Grossman/ CR Fashion, Johnny Dufort

RuPaul’s Drag Race

“When you become the image of your own imagination, it’s the most powerful thing you could ever do”, RuPaul

Eu simplesmente agarrei um amor nesse reality show que nem sei dizer. Minha amada amiga Márcia me falou umas 37 vezes para começar a assistir, na 38a eu resolvi dar ouvidos e fiquei viciada. Vi seis temporadas alucinadamente.

Bom, o RuPaul’s Drag Race é uma competição para eleger a drag queen superstar dos Estados Unidos do ano em questão. Tipo America’s Next Top Model, só que elevado a enésima potencia de mais legal. É comandado por RuPaul, drag queen que ficou mundialmente famosa nos anos 90, com uma música que emplacou, chamada Supermodel. Hoje, acho que Mama Ru é mais conhecida por ter sido a garota-propaganda da Viva GLAM, uma linha de batons da MAC, marca de maquiagens babado.

rupaul

Parece muita purpurina para um único show… e é. Mas, não se acanhe. Além de ser divertidíssimo, educa, emociona e incentiva. E sobretudo inspira. Quem assiste entende o que estou falando. Como não sei bem como desenvolver um texto analisando um programa tão peculiar, vou fazer tipo o BuzzFeed e elencar as razões pelas quais você tem que começar logo a assisti-lo, sem order, nem critério, nem número redondo. Depois eu conto quantas deram e coloco no título:

1. Ver RuPaul desfilar vestidos maravilhosos que fazem sombra em Tyra e Heidi.
2. Babar com as produções das drags. São absurdamente fantásticas.

courtney asas
3. Melhorar a autoestima com as pílulas de sabedoria que Ru solta a cada episódio, como por exemplo: “Olhe para mim: sou um velho  grande, embaixo de muita maquiagem. Se eu posso ficar linda, você também pode”
4. Saber como esconder os documentos quando decidir usar um biquini
5. Rir de verdade com as avaliações dos jurados quando as queens se apresentam na passarela. E isso vale muita coisa depois de um dia de trabalho na frente da telinha, dizae
6. E ganhar um bônus de humor com os jurados convidados para cada programa
7. Voltar à infância com as apresentações de fantoches. Não, pera.
8. Descobrir o que significa shade
9. Conhecer a RAJA (ficou curioso?)
10. Conhecer a Latrice Royale
11. Se apaixonar pela Adore

adore im fuk cool
12. Ver a Khloe Kardashian desabafar sobre as agruras de ter uma pomba gordinha :/
13. Chorar litros com as histórias de rejeição e homofobia contadas pelos participantes
14. Chorar litros com os reencontros familiares, as amizades reatadas e os noivados proporcionados pelo programa
15. Ter vontade de fazer lip sync todo dia no chuveiro (ou na rua, no busão, no Pão de Açúcar enquanto escolhe tomates)
16. Amar ainda mais a Cher, a Madonna, a Diana e a Gaga
17. Conversar depois com os amigos no bar – ou no Whatsapp, escolha seu meio – sobre suas drags favoritas, quais não deveriam ter sido eliminadas etc
18. Ficar louco para baixar RuPaul’s Drag Race Allstars, uma edição especial do programa, que contou com participantes de várias temporadas, reunindo um time de elite
19. Aprender truques de maquiagem infalíveis, como afinar o nariz e até aumentar o volume dos seios com sombra marrom (!)

nina make
20. Deixar de se vestir e começar a se montar
21. Aprender que não se deve vestir um corset depois de ter comido muito
22. Incluir no seu vocabulário as seguintes expressões: Loca!; Can I get an amen?; Halelu e Heiii
23. Aprender de uma vez por todas que leitura é FUNDAMENTAL.

Se eu te convenci, tá facinho: todas as temporadas estão no Netflix. E corre para entrar na tendência, pois as drags vão dominar geral, como cantou a bola minha querida Márcia. Elas estão na novela, em matéria em revista de moda, teve a Conchita Wurst ganhando o Eurovision 2014… e não, não é só mulher e gay que vê o programa não.

*Todas as fotos do post são de divulgação da Logo TV e RuPaul’s Drag Race Facebook

Colete oversized

Uma tendencinha que vai pegar em breve: colete oversized, usado sobre roupas leves, como vestidinhos, ou sem nada por baixo.

Se a Olivia Palermo apareceu com um, pode acreditar. Quando chegar a primavera e esquentar um pouco mais, vai ser hora de encontrar o seu 😉

 

colete preto

*Fotos do site WhoWhatWear

Emmys 2014 – quem arrasou no red carpet

 

“People will stare. Make it worth their while”, Harry Winston

Nessa segundona (25/08), celebrou-se a grande festa da TV norte-americana e eu, assim como todas azamigue que gostam de moda, série e afins, e os azamigo também, ficaram gurdadinhos na transmissão dos Emmy Awards 2014, diretamente de Los Angeles. À parte dos prêmios concedidos (Jim Parsons again, really?) e da glorificação da trinca de protagonistas de Breaking Bad (muito amor, muitas sdds), o que mais me interessou foram os vestidos. No red carpet. E olha que estava meio boring. Mas, sempre há exceções e uma delas foi ver as inmates atrizes de Orange is The New Black todas na estica 🙂

Então, vamos às minhas preferidas:

1. Yael Stone aka Lorna Morello e Lea Delaria aka Big Boo – Orange is the New Black

Yael usou um Balmain e mesmo deixando o maravilhoso batom vermelho de lado, tombou geral e foi minha preferida. Julia Roberts who? E a Big foi de terninho ótimo, ornando bem com a musa do lado :p

Yael Stone and Lea Delaria

 

2. Gwen Stefani, que estava bela mas não parecia a Gwen Stefani (vejam só como a sobrancelha pode transformar uma pessoa).

O vestido era Versace, belíssimo, todo revestido de Swarovski, que pesava toneladas, segundo a própria.

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3. January Jones aka Betty Drapper – Mad Men

Sempre na turma das ousadinhas do red carpet, a atriz foi de vermelho, a cor dos Emmys este ano. O modelo escolhido foi um Prabal Gurung Resort.

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4. E depois da mamãe, a filhinha – Mad Men

Sally lindinha em um Antonio Berardi. Descobri também que é o time da stylist Rachel Zoe que veste a atriz mirim Kiernan Shipka, que tem se mostrado um iconezinho de estilo. Fofa.

emmys-2014-Kiernan-Shipka-Antonio Berardi

 

5. E mais um vermelho, dessa vez na Claire Danes –Homeland

Nunca antes na história desse país tinha ela tinha ficado entre as minhas preferidas. Mas, para tudo nessa vida tem uma primeira vez. O longo é Givenchy, acho chique.

*Update: o modelo é quase igual a um usado por Kim Kardashian em seu casamento! Fotos aqui no site  da revista L’Officiel, de onde tirei a info.

emmys-2014-claire-danes- Givenchy

 

6. Robin Wright aka Claire Underwood – House of Cards

48 anos de mulher sambando na nossa cara. Frente e VERSO. De Ralph Lauren. Não ganhou um Emmy mas já tem um Golden Globe na estante, tá?

emmys-2014-robin-wright-frente

hbz-robin-wright-costas

 

7. Kate Mara aka Zoe que botou os cornos na Claire Underwood e não se deu bem – House of Cards

Assim como a January, também acho ela ousadinha. O vestido todo vaporoso e recortado é J. Mendel.

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8. Crazy Eyes  <3 <3 – Orange is the New Black

A atriz Uzo Aduba parecia outra pessoa nesse vestido vermelho com uma cauda estilo lagarto, do estilista norte-americano Christian Siriano, nome que a partir de agora prestarei mais atenção. O moço, aliás, jogou uma bela duma sombra em cima da Lena Dunham e seu styling desastroso neste red carpet. Vejam aqui.

Uzo Aduba

 

9. Pablo Schreiber aka Mendez – Orange is the New Black

Sem o bigode, servindo meiguice. Because I would.

Pablo Schreiber

 

10. O dez é um disclaimer: a cartela de cores, branco, cinza, coral e vermelho não foi uma escolha minha. A maioria das moças foi que investiu nesses tons na premiação mesmo. Então é isso, tão sabendo o que pega.

Amantes Eternos – Adão e Eva sobrevivem

I’m sick of it — these zombies, what they’ve done to the world, their fear of their own imaginations

Maravilhoso. Vampiros e rock’n’roll, como não gostar? O filme  Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive), de Jim Jarmusch, que está em cartaz, já é um dos meus prediletos do ano. Ou da vida.

Adam, interpretado por Tom Hiddleston, é um vampiro muito velho, não sabemos exatamente sua idade, mas ele pode ter sido Shakespeare e apenas mudou de nome. Ele pode ter dado um arranjo a Schubert, que levou a fama em seu lugar. Hoje, é um rock star que vive recluso, mas ainda compõe. Deprimido com a falta de imaginação do mundo, povoado por humanos – ou zumbis, como ele nos chama – que somente destroem e sugam os recursos aqui existentes, busca conforto em sua mulher, Eve, personagem da musa weirdo Tilda Swinton. Os dois vivem separados, mas Eve, que está em Tanger, decide ir até Adam, que mora em Detroit. Cidade esta, aliás, que foi protagonista da crise financeira de 2008, quando os EUA atingiram recordes no nível de desemprego, berço das montadoras, por sua vez um grande símbolo da explosão industrial no começo do século XX.

Não por acaso, esse é o pano de fundo para um enredo que nos mostra o quão decadentes podemos nos tornar, contrastando a todo momento o passado brilhante de gênios da literatura e da música com o presente medíocre de uma cidade que foi devastada pela crise econômica.

O casal se diz fã de Jack White, nascido em Detroit, um compositor atual e talentoso. Seria Jack humano ou vampiro? Fica no ar. Assim como outras alusões a grandes nomes das artes e da ciência, como Byron e Einstein. O desengano de Adam com a falta de imaginação humana talvez seja apenas uma referência a nossa autodepreciação inata. Uma necessidade de autoafirmação e uma ânsia por fazer algo memorável em vida e, assim, tornar-se imortal por meio de realizações extraordinárias. Para mim, Adam e Eve são um alterego dos humanos e não uma metáfora.

E, voltando ao casal da Genesis, apesar de a todo momento ter uma postura cínica e cética diante do mundo, ele nos revela na força de sua união e na integridade de suas ações perante às adversidades que o amor faz a grande roda girar. No colegial (era assim que chamava nos anos 90, tá?),  meu professor de literatura sempre fazia a mesma pergunta em TODAS as provas, para nos fazer fixar as diferenças entre os gêneros literários: o amor vence no final? Quando o livro em questão era do romantismo, a reposta era SIM. Mesmo que o casal protagonista tivesse morrido ou se separado. Os sentimentos e os ideiais são a grande força. Acho que é o caso aqui. E Jarmusch já nos dá essa pista nos nomes dos personagens e do próprio filme, sem falar nas citações a expoentes do movimento, neam?

Ah, e vale uma recomendação também para a trilha sonora: Clique aqui para ouvir, descolei ela inteirinha por streaming 😉

E, por fim, não me foi solicitado, mas deixo aqui indicações de filmes de vampiro, por ordem de preferência.

Deixa ela entrar (Tomas Alfredson, 2008)

Filme sueco, crianças vampiras, diferente de tudo que você já viu e lindo <3.  Veja o trailer aqui.

deixa-ela-entrar

 

Entrevista com o Vampiro (Neil Jordan, 1994)

Memória afetiva mode on. Anos 90, galãs em início de carreira (alguém lembrou de Crepúsculo?). Tom Cruise, Brad Pitt, Antonio Banderas, Christian Slater e Kirsten Dunst. Veja o trailer aqui.

entrevista com o vampiro

 

Fome de Viver (Tony Scott, 1983)

David Bowie, Susan Sarandon e Catherine Deneuve. Sem Mais. Veja o trailer aqui.

fome de viver

In My Shoes – a criação da marca Jimmy Choo

“It’s really hard to walk in a single woman’s shoes — that’s why you sometimes need really special shoes!” Carrie Bradshaw

Jimmy Choo é um dos designers de sapatos mais famosos de todos os tempos. Nos pezinhos de Carrie Bradshaw, a íconica personagem de Sarah Jessica Parker na série Sex and the City, seu nome virou sonho de consumo de milhões de mulheres. O cara deve ser realmente uma baita designer mesmo, certo? ERRADO.

Pois é, amiga. Jimmy era um sapateiro muito bom, sim. Ele fazia pares sob medida para as socialites inglesas e, sabendo disso, a editora de acessórios da Vogue Britânica passou a encomendar peças para os editoriais quando tinha ideias mirabolantes, como plataformas de cetim pink, que não achava em loja nenhuma. Essa moça, porém, foi demitida e, diante desse revés da vida, teve a brilhante ideia de abrir um negócio com o tiozinho sapateiro, um imigrante malásio, avesso à publicidade, ao mundo da moda e aparentemente mal-humorado. Apegado aos velhos moldes de sapatos de senhoras e pouco disponível para o circo fashion, deixou espaço para que a sócia assumisse de fato a criação e alavancasse a marca. Foi aí que começou uma das histórias mais incríveis dessa indústria, cheia de intrigas, reviravoltas e glamour.

Tudo isso virou livro, In My Shoes (Companhia Editora Nacional),  escrito pela cofundadora da Jimmy Choo, a ex-editora da Vogue, Tamara Mellon, em parceria com um jornalista. Então, claro que é super parcial. Mas, não deixa de ser uma visão muito interessante e, pelo que andei pesquisando sobre os fatos por aí, realista.

A história nos leva para dentro do mundo da moda e, além disso, dos negócios ferozmente articulados nos altos escalões do mercado financeiro. Eu, que já passei muitos anos cobrindo e depois assessorando clientes dessa área, devo admitir que adorei as passagens que narravam reuniões de conselho e transações de private equity (acho chique entender de finanças hahaha).

in my shoes

A prosa é muito bem feita e a tradução também. Tamara é uma personagem e tanto: bela, rica, namorou o Christian Slater, é amiga de vários famosos e foi condecorada pela rainha da Inglaterra. Vale ressaltar que os bastidores do mundinho estão ali tanto quanto as tramóias nos negócios, por isso, não se assuste, a leitura vai ser divertida. E o livro traz muitas informações sobre a cena nas últimas duas décadas, daquele tipo que agrega muito e te faz parecer uma insider em qualquer conversinha em corredor de semana de moda (ui). Brincadeiras à parte, é uma delícia para quem gosta do assunto 😉

tamara-mellon

E como ninguém pergunta mas eu falo mesmo, fica aqui mais uma diquinha: Do Tornozelo Para Baixo (Rachelle Bergstein, editora Casa da Palavra). O livro conta a história do sapato, como se relacionou com a posição da mulher na sociedade ao longo dos tempos, passando pela moda, claro, pelo cinema e pela cultura como um todo. Muito bem apurado e escrito, extremamente interessante até mesmo para quem não gosta muito desse papo das modas.